CINCO GRANDES MITOS SOBRE O MERCADO DE INVESTIMENTOS E POR QUE NÃO DEVEMOS PERPETUÁ-LOS

Publicado em: 3 de março de 2022

O mercado de capitais é um território de conjecturas e, por conta disso, com o passar do tempo, muitos mitos surgiram sobre investimentos. Do tanto que essas mentiras foram contadas, as pessoas começaram a acreditar e disseminar mensagens equivocadas, o que fez com que muita gente tivesse medo de começar a investir.
Apesar dessas desinformações, tivemos um boom de cadastros na bolsa de valores brasileira, chegando a quase quatro milhões de investidores em 2021. Com tanta gente nova entrando em um território ainda relativamente pouco conhecido e discutido, é necessário desmistificar esse universo e promover educação, propósitos estes que temos com o TC, uma das maiores plataformas de educação financeira e inteligência de mercado da América Latina. Pensando nisso, reuni seis grandes mitos sobre o mercado de investimentos e vou explicar o porquê de não devermos perpetuá-los.

1 – Investir é só para quem tem muito dinheiro ou já é rico

Há alguns anos, quando o investidor pessoa física não tinha o mesmo nível de acesso às informações que o investidor institucional e as ferramentas de apoio eram muito caras, é verdade que as pessoas com mais dinheiro tinham mais possibilidades de investir.
Hoje, o cenário é muito diferente. Afinal, com maior acesso à internet, à educação financeira e ao conhecimento sobre o mercado de capitais, liderado por plataformas e comunidades de investidores como o TC, é possível fazer operações com pouco dinheiro e começar a construir uma carteira lucrativa.
Além disso, antigamente, as corretoras cobravam mais taxas para a corretagem de aplicações financeiras e investimentos. Hoje esse serviço pode até mesmo ser gratuito, e os sistemas de corretagem (online ou por aplicativo) facilitam bastante as operações. Tudo isso faz com que a premissa de que só quem tem dinheiro pode investir não passe de um mito.

2 – Renda fixa e poupança não tem risco

Por convenção, as pessoas assimilam que a renda fixa e a poupança são investimentos sem nenhum risco, mas isso não é totalmente verdade. É claro que os riscos de investir nesses ativos, em comparação com a renda variável, são menores.
Entretanto, já tivemos momentos da história em que a poupança de milhares de pessoas foi confiscada pelo governo, como no caso do período Collor. Além disso, a rentabilidade da poupança só é contabilizada quando a aplicação faz aniversário.
Assim, por exemplo, se você aplica o seu dinheiro no dia 10 de junho e precisa retirar esse dinheiro da poupança no dia 9 de julho, os rendimentos conquistados até ali serão perdidos, pois só são efetivados no aniversário de um mês da aplicação. Outra situação que pode acontecer é o banco quebrar.
Neste caso, você tem a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que restitui até R$250 mil ao investidor. Ainda assim, esse dinheiro pode demorar a retornar para a conta e te impedir de conquistar o que deseja ou fazer novos investimentos. Logo, embora a poupança seja um dos investimentos mais seguros, com poucos riscos de perdas, ela não pode ser considerada de risco zero.

A renda fixa também passa pela convenção de não ter riscos para o investidor. Porém, assim como a poupança, essa garantia não é de 100%. A maioria dos investimentos em renda fixa são baseados em empréstimo de dinheiro para o governo. A rentabilidade vem dos juros cobrados por esse empréstimo. Nesse caso, uma possibilidade remota, mas ainda sim possível, é o governo quebrar e não pagar mais esse juros.
Além disso, apesar do nome “renda fixa”, a maioria dos rendimentos desse tipo de investimento variam de acordo com a taxa Selic, o que é sinal de volatilidade, ou seja, ganho e perda de dinheiro. Um exemplo de renda completamente fixa, mas não 100% sem riscos, é o Tesouro prefixado.
Esse investimento realmente não se altera com o tempo, já que possui uma taxa de rendimentos prefixada para um determinado período. Porém, se você retirar o dinheiro antes desse tempo terminar, você perde todos os rendimentos conquistados até ali.

3 – Todo profissional do mercado é confiável

Esse é um grande mito em diversas áreas. Do gerente de banco ao assessor de investimentos, todos trabalham para empresas e têm metas, objetivos e normas corporativas que, às vezes, podem causar um conflito de interesse entre empresa e cliente. Claro que não é uma regra e existem excelentes profissionais que conseguem equilibrar muito bem esses interesses.
Entretanto, há situações difíceis que podem afetar algumas indicações de investimentos. Nesse caso, é importantíssimo estar atento ao mercado e ao que é feito com as suas ações. Então se intere do assunto, estude, investigue e esteja atento às suas movimentações financeiras. Muito dificilmente te farão perder dinheiro de propósito, mas podem estar evitando que tenha ainda maiores rendimentos.
O TC, como empresa independente, está a serviço do investidor pessoa física e oferece uma plataforma que vai te ajudar na melhor tomada de decisões.

4 – O preço da ação é o que mais importa na hora de investir

É preciso ter muito cuidado com essa informação, porque não é só um mito, mas uma pegadinha para os investidores iniciantes. No mercado de ações, dentre as várias formas de rendimentos, existem as operações com retorno a curto e longo prazo.
Nos dois casos, independente do tempo, o investidor deve analisar e investir nas ações que ele acha que podem gerar mais lucros. Porém, para realizar essa análise, não é necessário se atentar somente aos gráficos de valorização ou desvalorização das ações.
Na análise fundamentalista, ao menos, é necessário verificar todo o histórico da empresa, passando também pelos rendimentos anuais, governança, histórico da empresa, ações positivas, entre outros. Assim, dizer que o valor da ação é o que mais importa na avaliação de ativos é uma grande falácia.

5 – É possível ganhar muito dinheiro sem esforço na Bolsa de Valores

Acredito que esse seja um dos maiores mitos do mercado de ações. Muitas são as histórias de pessoas que tiveram grandes lucros em pouco tempo com compra e venda de poucas ações.
Claro que há casos que aconteceram e são reais, a questão é que são exceções e não uma regra. Muita gente entra no mercado acreditando nessas grandes histórias e que será o próximo jovem milionário, mas não é bem assim que funciona. Para alguém conseguir resultados relevantes, é preciso estudar muito e fazer boas aplicações em renda variável.
Lembre-se: com grandes lucros sempre vem a possibilidade de grandes perdas também. Por isso, é importante conhecer bem esse universo e estar antenado às novidades das empresas em que você aplica seu dinheiro.
Seja para lucrar com rendimentos a curto ou longo prazo, é essencial coletar informações de credibilidade para tomar decisões assertivas de compra e venda de ações – e também para derrubar a maioria dos grandes mitos da área.
Assim, estude bastante, faça simulações de investimentos (por meio do gratuito Torneio de Carteiras do TC, por exemplo) e entre no mercado de ações consciente de como construir uma carteira para obter os melhores rendimentos possíveis.

Fonte: Pedro Albuquerque Filho, sócio fundador e CEO do TC